(domingo à noite. faltam poucos minutos para a livraria encerrar o expediente. embora o anúncio de fechamento já tenha sido dado por duas vezes, grande parte da freguesia insiste em procurar por aquele livro que, obviamente, não vai levar para a casa. livreiro, ao perceber o desespero de um determinado freguês próximo à estante de filosofia, decide ajudar)
- boa noite, o senhor procura algo específico?
- sim, ó, estou com uma lista de livros e gostaria de fazer um orçamento.
(uma lista. veja bem, faltam cinco minutos para o término do expediente e o freguês tem uma l-i-s-t-a na manga. JESUS CHRIST SAVE US)
- tudo bem, vamos lá.
(a lista tem aproximadamente 30 livros e, claro, a maioria dos títulos está errada, falta autor, não há isbn, ou seja, será necessário consultar um a um no google para que o orçamento seja feito da forma mais precisa possível)
(MUITOS minutos depois) - o senhor quer que eu envie por e-mail ou prefere que eu imprima a lista?
- não, não. agora você pode pegar todos, por favor? é que eu quero dar uma olhada.
manual prático de bons modos em livrarias: minha gente, o ocorrido acima não é um caso isolado. diariamente, muitos fregueses testam a nossa simpatia e o nosso bom mocismo praticando, sem dó, esse ato de extrema crueldade. e isso não acontece só em livrarias, acontece em qualquer setor do comércio. e, olha, é de uma falta de respeito/compaixão/educação ímpar. percebeu que a livraria vai fechar? GO AWAY de MOONWALKER, please. até entendemos que somos o puro creme de milho de piracicaba, mas, deixa eu te contar, tudo tem limite. : )